Recursos expressivos
Figuras de estilo/ Recursos estilísticos
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Aliteração |
Repetição de sons consonânticos para sugerir certos ruídos, barulhos (como os do vento, da água, da guerra…). Ex: "(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas." Cruz e Souza |
Assonância |
Repetição intencional de sons vocálicos.Ex: (A, O) - "Sou um mulato nato no sentido lato mulato democrático do litoral." (Caetano Veloso) |
Comparação
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aproximação de uma ideia ou realidade com outras mais expressivas, normalmente por meio da partícula “como”, com o intuito de realçar semelhanças e levar a uma melhor compreensão do primeiro termo. Ex. “bonita como o sol” |
Enumeração |
figura de estilo que consiste na sucessão de elementos |
Hipálage |
figura que consiste na atribuição a um objecto de uma característica que, na verdade, pertence a outro com o qual está relacionado. Ou seja, verifica-se quando o adjectivo qualificativo pertence a um ser ou objecto e é atribuído a outro. Ex. “fumando um pensativo cigarro”; “tentou todavia uma garfada tímida |
Metáfora |
comparação feita entre dois elementos devido à semelhança entre si, feita sem conectivos. Ex. “Cabelos de oiro” |
Analepse(Signo técnico-narrativo.) |
– entende-se por analepse todo o movimento temporal retrospectivo destinado a relatar eventos anteriores ao presente da acção e mesmo, em alguns casos, anteriores ao seu início. Em suma, ocorre sempre que o narrador interrompe o seu discurso para falar de um facto passado |
Polissemia |
palavras que possuem vários significados consoante o contexto em que se inserem. |
Onomatopéia
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Criação de uma palavra para imitar um som.Ex: A língua do nhem "Havia uma velhinha / Que andava aborrecida / Pois dava a sua vida / Para falar com alguém. / E estava sempre em casa / A boa velhinha, / Resmungando sozinha: / Nhem-nhem-nhem-nhem-nhem..." (Cecília Meireles) |
Elipse
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Omissão de um termo ou expressão facilmente subentendida. Casos mais comuns: Ex: pronome sujeito, gerando sujeito oculto ou implícito: iremos depois, compraríeis a casa? |
Pleonasmo
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Repetição de um termo já expresso, com objectivo de enfatizar a ideia. Ex: Vi com meus próprios olhos. "E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento." (Vinicius de Moraes) |
Assíndeto |
Ausência de conectivos de ligação, assim atribui maior rapidez ao texto. Ocorre muito nas orações coordenadas. |
Polissíndeto
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Repetição de conectivos na ligação entre elementos da frase ou do período. Ex: O menino resmunga, e chora, e esperneia, e grita, e maltrata. "E sob as ondas ritmadas / e sob as nuvens e os ventos / e sob as pontes e sob o sarcasmo / e sob a gosma e o vômito (...)" (Carlos Drummond de Andrade) |
Anáfora
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Repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases. Ex: "Olha a voz que me resta / Olha a veia que salta / Olha a gota que falta” (Chico Buarque) |
Sinestesia
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Consiste na fusão de percepções relativas a diferentes sentidos: Ex: (...) água de que se exala um hálito verde envolvido nas ondas. Raul Brandão, Os Pescadores (sentidos do olfacto [hálito] e da vista [cor verde]). |
Antítese
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Aproximação de termos ou frases que se opõem pelo sentido. Ex: "Aquela triste e leda madrugada” (Camões) |
Eufemismo
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Consiste em "suavizar" alguma ideia desagradável Ex: Ele enriqueceu por meios ilícitos. (roubou), Você não foi feliz nos exames. (foi reprovado) |
Paradoxo |
Consiste em aplicar a uma mesma realidade termos inconciliáveis, destacando assim a sua complexidade (relação de contraditórios). Ideias contraditórias num só pensamento. Ex: "dor que desatina sem doer" (Camões) |
Hipérbole
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Exagero de uma ideia com finalidade expressiva. Ex: Estou morrendo de sede (estou com muita sede). |
Ironia
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utilização de termo com sentido oposto ao original, obtendo-se, assim, valor irónico. |
Gradação
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Consiste na apresentação de vários elementos segundo uma ordem crescente ou decrescente. Ex: "Nada fazes, nada tramas, nada pensas que eu não saiba, que eu não veja, que eu não conheça perfeitamente." |
Personificação |
É a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados Ex: o cão conversava comigo. |
Interrogação |
É uma figura de estilo quando não pretende obter uma resposta, mas sim tornar mais vivo o pensamento através da expectativa que suscita. Ex: “Este inferno de amar — como eu amo! — Quem mo pôs aqui n'alma.. quem foi? Esta chama que alenta e consome,/ Que é a vida — e que a vida destrói/ como é que se veio a atear,/ Quando — ai quando se há-de ela apagar?” (Almeida Garrett, Folhas Caídas) |
Paralelismo |
Consiste na repetição da mesma estrutura frásica. Ex: “Foi ritmo nos meus versos de paixão, Foi graça no meu peito de descrente.” (Florbela Espanca) |
Exclamação |
É uma figura de estilo quando visa dar ênfase e criar um estado mais profundamente emocionado. Ex: Castelos doidos! Tão cedo caístes!.../ Onde vamos, alheio o pensamento,/ De mãos dadas? Teus olhos, que um momento/ Perscrutaram nos meus, como vão tristes! (Camilo Pessanha, Clepsidra) |